Seja nas rodas de conversa entre moradores de Blumenau ou pelas redes sociais, espalharam-se relatos de pessoas que tiveram o celular furtado dentro do Parque Vila Germânica nos primeiros dias da Oktoberfest. O número oficial, divulgado pela prefeitura após uma reunião com a Polícia Militar e Polícia Civil, é que foram registrados 172 boletins de ocorrência pelo crime em seis dias de festa.
Visto por outro lado, o percentual de visitantes com o celular furtado é de 0,09% considerando as 197 mil pessoas que passaram pela festa entre quarta-feira da semana passada (9) e a última segunda (15). Entretanto, o número é praticamente o dobro do que foi registrado em 12 dias de festa do ano passado, quando houve 85 casos de furto dentro dos pavilhões.
O número de furtos nos primeiros dias da festa aumenta quando consideradas as vítimas que não registraram o crime. Raisa Dobler Andrade, de 23 anos, teve o celular furtado na madrugada de sábado (12) e optou por não fazer o boletim de ocorrência pela grande fila que havia na base da Polícia Civil instalada dentro do Parque Vila Germânica.
— Como sou da cidade posso resolver fora da festa. A fila estava enorme e não valia a pena. Teria que esperar duas horas para registrar o boletim de ocorrência, que é apenas formalidade nesses casos. Já consegui fazer o bloqueio do IMEI (código único que identifica cada smartphone fabricado) pela operadora de telefone, então não vi necessidade de fazer o registro — afirma Raisa.
Ela conta que chegou à festa na noite de sexta-feira e que estava em frente à entrada do pavilhão Eisenbahn Biergarten por volta das 2h20min de sábado. Raíssa estava com uma amiga quando foi abordada por dois homens altos, sendo que um deles tentou beijá-la à força. Quando tentou se esquivar com os braços, tirou a mão de cima de bolsa e viu que o outro homem estava atrás dela, momento em que ele pegou o aparelho e correu.
Raisa conta que conversou com outras mulheres na festa e percebeu que várias delas foram furtadas com o mesmo método. Ela afirma que não pretende voltar pra festa tão cedo e que está conversando com outras vítimas e pensa em abrir uma ação coletiva contra a organização por falta de segurança dentro dos pavilhões.
— Fui na festa por oito anos seguidos e nunca passei por algo assim. Não tinha ideia que pudesse acontecer algo assim na Oktoberfest. E não penso em voltar com essa falta de organização — lamenta.
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