Uma família de Cuiabá morreu em decorrência da Covid-19 entre os dias 20 de fevereiro e 3 deste mês. O pai Octacilio dos Santos Araújo, de 91 anos, a mãe Geny Maria Haddad Araujo, de 78 anos, e os filhos Monique Haddad Araujo Patzlaff, 55 anos, e João José Haddad Araujo, 58 anos, chegaram a ser internados para tratar a doença, mas não resistiram às complicações causadas pelo coronavírus.
A estudante Myllena Haddad Araujo Patzlaff, filha de Monique, contou que a família sempre tomou todos os cuidados de prevenção e que a perda deixou todos desolados.
“É uma tragédia. Eram pessoas muito amadas e queridas por todos, pessoas maravilhosas com corações mais maravilhosos ainda. A melhor mãe que eu poderia ter, o melhor avô e avó que eu poderia ter e o melhor tio que eu poderia ter. Sinto falta deles todos os dias, e estarão para sempre em nossos corações e pensamentos”, lamentou.
De acordo com Myllena, o primeiro a sentir os sintomas da Covid-19 foi o avô Octacilio, no dia 10 de fevereiro. Ele foi contaminado pelo coronavírus por duas vezes.
Segundo ela, a suspeita é que o avô tenha sido contaminado por uma profissional da saúde que foi até a casa da família para realizar um tratamento e que estava com a doença, mas não sabia até então.
Octacilio chegou a tomar a vacina contra a Covid-19 no dia 13 de fevereiro; no entanto, ele já estava contaminado. No mesmo dia, o idoso teve febre e procurou um hospital.
“A médica disse que [a febre] era uma reação da vacina, passou uns remédios e o liberou. Como ele tinha pego a Covid na metade de dezembro, não imaginávamos que poderia ser [um novo contágio], achávamos que era reação da vacina mesmo”, contou.
Myllena disse que, dois dias depois, a febre do avô voltou. Mais uma vez, ele procurou o médico, que indicou novos medicamentos, e Octacilio apresentou uma melhora temporária.
“No dia 17 de fevereiro ele teve falta de ar, fez uso de oxigênio em casa, e no dia 18 foi para o hospital. A médica que o atendeu pediu exames de sangue, tomografia e teste de Covid. O resultado foi positivo. O pulmão já estava 50% comprometido”, relatou.
Octacilio foi encaminhado a uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, durante o tratamento, contraiu uma infecção bacteriana. Dois dias depois, em 20 de fevereiro, ele morreu.
Família infectada
Myllena contou que, no mesmo dia do falecimento do avô, toda a família realizou testes de Covid, que deram positivo.
A mulher de Octacilio foi intubada oito dias após a morte dele, também para tratar a doença. Para evitar a estadia no hospital, ela foi tratada em casa. No entanto, devido ao comprometimento dos pulmões pela Covid, Geny faleceu no dia 6 de março.
“Minha mãe estava com home care em casa igual a minha avó. No dia 3 de março, foi para o hospital, no dia 4 intubaram ela, e no dia 15 de março, ela faleceu”, contou Myllena.
Já o tio de Myllena, João José, que tinha se mudado recentemente para Valinhos (SP), foi internado na cidade no dia 6 de março, apenas para acompanhamento médico e sem a necessidade de internação. No dia 30, ele foi liberado para seguir o tratamento em casa.
No entanto, segundo Myllena, na madrugada da última sexta-feira (2), João voltou para o hospital e foi direto para UTI. No sábado (3), ele passou por um procedimento para retirada de água do pulmão, mas o órgão não voltou para o tamanho normal e ele morreu.
“Meus avós deixam uma filha, minha mãe deixa duas filhas e o marido e meu tio deixa suas duas filhas”, disse Myllena.
Outros membros da família também foram contaminados pelo coronavírus, mas não tiveram sintomas graves, fizeram o tratamento isolados em casa e já estão recuperados.
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