Um ciclone subtropical em formação no litoral do Sul de Santa Catarina deve provocar chuvas e ventos fortes no estado a partir da noite desta segunda-feira (9), conforme o alerta emitido pela Defesa Civil estadual. Os maiores volumes de chuva devem se concentrar no Litoral Sul e na Grande Florianópolis.
Entre a noite desta segunda e quarta-feira, devem ocorrer volumes significativos de chuva, com raios e trovoadas. Os ventos devem chegar a 60 km/h, com rajadas que podem superar este valor, conforme a Epagri.
Ainda segundo o órgão, a Epagri, a previsão é de uma média diária de 20 a 40 mm de chuva no Litoral, com chance de 80 a 100 mm entre Florianópolis e o Litoral Sul. Também não estão descartados volumes superiores a 100 mm em algumas cidades, com risco de alagamentos e deslizamentos.
De acordo com o meteorolosita Leandri Puchalski, a maior agitação ocorre no mar, com risco principalmente para a navegação e atividades relacionadas à pesca. "As ondas podem chegar 2 a 3 metros de altura, por isso não se aconselha nenhuma atividade de navegação pelo menos até a próxima quinta-feira”, afirmou.
Conforme Bianca Pereira de Souza, técnica em Meteorologia do grupo RBS, as pancadas de chuva que atingiram a Grande Florianópolis na madrugada já são reflexo da formação do ciclone, que não é tão comum na região.
Monitoramento
A Defesa Civil de Santa Catarina e meteorologistas da Epagri/Ciram estão monitorando a formação do ciclone. "Estamos monitorando em tempo integral. O cenário mostra uma movimentação do ciclone para o alto mar. No entanto, os boletins são emitidos diuturnamente, para evitar surpresas. As defesas civis locais também foram orientadas a emitir avisos e alertas, principalmente na faixa litorânea,” disse o diretor de Prevenção da Defesa Civil do estado.
Ciclones em Santa Catarina
O estado geralmente é atingido por ciclones extratropicais, menos intensos do que os subtropicais, segundo Bianca Souza. Um terceiro tipo de ciclone, o tropical, é o que favorece a formação de furacões, se ganhar força. Segundo o meteorologista Leandro Puchalski, o ciclone extratropical é uma mistura do ciclone subtropical e o tropical.
O ciclone em formação deverá ser denominado de Cari pela Marinha do Brasil, conforme a Defesa Civil e não é o primeiro neste ano. Em fevereiro, outro semelhante com nome de Bapo passou pela costa brasileira.
“Em média, há um ciclone subtropical por ano. Neste ano já tivemos um, em janeiro, que foi chamado de Bapho. Tivemos outro, o Anita, em 2011. Este, em formação, recebe o nome de Cari, que significa homem branco, em tupi-guarani”, afirma Bianca, referindo-se à nomenclatura adotada pela Marinha para a formação de sistemas de baixa pressão atmosférica subtropicais ou tropicais.
G1 / SC
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